É um daqueles sítios que sempre tive vontade de conhecer, talvez por ser tão distante e como tal tão diferente. Sempre imaginei uma Tasmânia praticamente sem pessoas, em que tudo é fácil, com uma natureza exuberante e praias virgens prontas para serem descobertas.
Posso dizer que a Tasmânia não é nada como idealizava e ao mesmo tempo é exatamente o que esperava. Ou seja, não vi nada igual ao que tinha na minha cabeça, mas no fundo se pensar bem as experiências que vivemos foram exatamente o que estava a contar viver.
Aqui a natureza é de facto imaculada e variada, temos rios em cenários únicos, montanhas perfeitas, praias de sonho, lagos cinematográficos e florestas dignas das melhores fabulas. Vivemos constantemente rodeados de beleza natural, mas não só também de vida selvagem, pois os animais continuam a ter o seu espaço nesta terra e mesmo enquanto escrevo tenho à minha janela um possum e se ligar a lanterna do meu telemóvel, pois é de noite, vou ver vários cangurus e wallabies lá fora. Pessoas e animais convivem ser grandes problemas no mesmo espaço, o que também não é de estranhar numa ilha que em termos de área é superior a dois terços de Portugal e tem apenas 500 mil habitantes…
Ao segundo dia admito que estávamos com dúvidas sobre a quantidade de dias (22) que decidimos ficar nesta ilha, estava a chover e ficamos numa das zonas menos interessantes da ilha por estar tudo cheio e estarmos em cima da passagem de ano, mas o que é certo é que a partir dai foi sempre a melhorar, até chegarmos agora ao momento de considerarmos que se calhar este vai ser um sítio que vamos querer voltar e que os 22 dias foram perfeitos para ver tudo o que queríamos.
Vivemos um pouco de tudo, mas acima de tudo descobrimos uma das actividades mais eficazes para a nossa família, fazer caminhadas, fizemos várias durante várias horas e todas foram de descoberta e aprendizagem, exigiram sempre esforço físico e acabaram sempre por ser momentos muito bons em família, de tal forma que agora quando vamos ver o que há para fazer num novo sítio, tentamos perceber logo se é possível fazer caminhadas, quais as melhores e quanto tempo demoram. Tenho a certeza que é algo que vamos fazer muito mais quando voltarmos a Portugal.
Voltando aos animais, foi de longe o sítio onde vi mais animais ao ar livre de toda a minha vida, só faltou mesmo ver o Diabo da Tasmânia, que tivemos de ir a um lugar próprio para os ver, dado que eles se escondem muito bem mal sentem qualquer coisa. Eles aqui adoram os “Diabos” e estão muito preocupados pois há uma doença que já matou 80% destes animais, neste momento acreditam que já estão a conseguir controlar a doença e número de “diabos” já está a crescer novamente.
Em breve vamos para a Nova Zelândia e a expetativa é alta, eles aqui na Austrália (ilha principal) dizem que o ranking de sítios mais bonitos é 1º Nova Zelândia 2º Tasmânia 3º Austrália (ilha principal), parece que estamos a fazer de trás para a frente…
Da Tasmânia levamos grandes recordações e confirmamos a mania que nos fez cá vir.